Há muito tempo que eu tenho tentado divagar-me pelo trabalho da Björk, é uma artista bastante interessante mas dado que o meu paladar musical era mais restrito nunca consegui me apaixonar por um trabalho dela mesmo ouvindo Post e Vulnicura, que são fantásticos, mas nunca me investi muito neles.
Tentei dar uma nova chance à cantora e recomendaram-me Vespertine que é considerado um dos trabalhos mais emocionais e interessantes da cantora, e posso dizer com toda a certeza que isso é um eufemismo, pois este trabalho é brilhante em todos os aspetos.
Nunca me senti tão perplexo com músicas como "Cocoon", senti todos os sentimentos da Björk à flor da pele além dos meus ouvidos.
"Pagan Poetry" é outro destaque do álbum onde traz uma letra complexa onde a cantora fala sobre as coisas que enchem a sua alma fisicamente e emocionalmente, mas encontra-se num confronto com o seu parceiro que exige liberdade sexual enquanto ela exige compromisso, como o título da música indica, os sentimentos da cantora são complicados e ela prefere abordá-los para ela mesma nesta situação apesar do amor que sente pelo parceiro.
A produção do álbum é excelente e inovativa, uma inspiração para os demais criadores de música. Quando entramos neste projeto é como se entrassemos num mundo criado pela Björk, a atmosfera do álbum é intensa, densa e com tantas camadas que traz ao ouvinte um sentimento de êxtase. Não é por nada que esta mulher é tão aclamada.