A voz de Marisa Monte provavelmente já deve ter marcado algum período da sua vida. Sua música é algo para ser constantemente lembrado, tanto que ela é parte de diversas trilhas sonoras, em diversos momentos diferentes, sua personalidade musical sempre foi enorme, e isso se expandiu muito no álbum "Tribalistas", o último clássico brasileiro, de 2002. Após isso seus trabalhos foram se tornando cada vez mais reconhecidos, e Marisa se tornou um nome cada vez mais a ser aplaudido.
Aqui, em "Portas", Marisa soa como alguém que está se divertindo com a música, brincando com as palavras, não há nada de muito problemático, ou sério por aqui. Soa como um brilhante bilhete de liberdade, de que estamos nos direcionando a coisas novas.
Com sua produção orgânica tomada por percussões de diversos instrumentos, Marisa aqui soa como alguém que está relendo seus trabalhos antigos. As letras de "Portas", são das mais simples para Marisa, algo bem explícito em "Você Não Liga", ou "A Língua dos Animais". O que as vezes acaba levando o álbum para um rumo bobinho, sempre simpático e levemente repetitivo. Óbvio que Marisa faz isso sendo boa, seu nome está presente na maioria dos créditos da produção (sendo apenas ele em uma parte considerável), e suas composições ainda que simples são recheadas de tons elegantes e calmos que Marisa sempre almeja trazer. "Portas" escolhe ao dedo momentos agradáveis e simplistas, da rotina e dos mais comuns momentos.