Após um evento fatídico em que quase morreu por decorrência de uma overdose no ano de 2018, Demi Lovato lança seu sétimo álbum de estúdio, o 'Dancing With the Devil: the Art of Starting Over', que surge de um contexto problemático envolvendo uma série de questões delicadas das quais carecem de atenção e muita cautela.
Na música pop, é bastante comum ver artistas usando suas dores para comercializar canções e discos repletos do mesmo tema, e com Demi Lovato não seria diferente. Apesar de entregar composições verdadeiramente carregadas de sofrimento e angústia, Demi infelizmente se mantém na mesma linha pela qual vem desenvolvendo seus lançamentos nos últimos anos, e isso é o que torna 'Dancing With the Devil: the Art of Starting Over' uma grande decepção.
Do que adianta escrever de uma forma tão forte e pessoal, mas pouco surpreender quando essas mesmas canções ganham uma roupagem vazia e extremamente genérica no que fiz respeito a melodias contidas na produção bagunçada, que hora caminha pelas baladas excessivamente sem graça, outrora pelos sintetizadores igualmente sem nenhum traço único de identidade artística. Infelizmente, Demi Lovato acaba recorrendo aos seus vocais para dar um pingo de emoção, o que de fato funciona, mas não por muito tempo, uma vez que é nauseante ouvi-la gritar a todo momento. E se nem mesmo os vocais foram capazes de aprimorar o resultado, as parcerias muito menos. Ariana Grande e Demi Lovato tinham tudo para um dueto estridente e incrivelmente bem feito, mas ambas pouco se ligam do quão distantes estão uma da outra. Já com Noah Cyrus, o resultado é ainda pior: uma faixa esquecivel em todos os sentidos.
Em resumo, 'Dancing With the Devil...' tinha tudo para ser um grito expressivo do quão longe Demi Lovato foi, ela ultrapassou seus limites, ela é uma sobrevivente, um milagre vivo e merece ser respeitada por isso. Mas como dona de uma obra delicada, frágil e superficial ao mesmo tempo, Demi segue sendo a mesma e parece nunca expandir ou evoluir artisticamente.