Ri sem culpa na primeira ouvida. A frase “wow, that's hot!” só não é mais hilária que “got my invitation to eternal damnation”, sou fã do sarcasmo de XS e passamos bem perto dessa vez, com um comentário social mais importante do que apenas criticas ao consumismo alienante.
A música entra com um bordão de Shania Twain mostrando que mais rock e mais feminismo existe após “Man! I Feel Like a Woman” além de sugerir affair entre mulheres. Com uma guitarra furiosa e os mesmos músculos de SAWAYAMA, ela canta por e para todas como ela, as que se aventuram a amar sem preconceitos e estão livres para exercer sua sexualidade sem medo do diabo.
O riff é excitante, os vocais explosivos. Rina encontrou sua literatura ao importar a atitude do rock numa glamorização pop perfeita. Há também uma reflexão sobre os tapetes vermelhos e a vida torturante dos famosos, citando celebridades que foram destruídas pela superexposição, ao que tudo indica, Rina se vacinou e vai rir de quem tentar transformar sua vida pública num inferno. É a garota impossível de segurar.
Outros caprichos como cantar straight no meio da ponte facilitam o objetivo da composição. Essa letra pensa como eu, dança como eu e tem o senso de humor de que eu gosto. This Hell me trouxe bons sentimentos, e o fato de ter nascido imediatamente após ao dia internacional contra homofobia, transfobia e bifobia, deu também uma trilha para celebrar meu orgulho.
Por trás da psicologia Kanye West de viver um inferno de vida, há expressão com vontade de abraçar sua natureza humana inerente ao erro. Mal posso esperar para curtir o álbum completo, até lá estarei curtindo pecados com meu namorado.