'Bob Vylan Presents The Price Of Life' é no fim das contas um disco que pretende ser ao menos rock, mas com claras e evidentes influências do Rap/Hip Hop. É curioso acompanhar como essa combinação - impensável por mim até então - se desenrola com o avançar da tracklist. Além dessas sonoridades, algumas faixas têm a presença de sintetizadores que trazem uma ambiência diferente para a pretensão do projeto, deixando-o mais urbano. No entanto, falo isso em tom positivo, existe uma solidez sofisticada entre as ideias de produção que o álbum percorre, sem que ele fique com um excesso tão grande de informações ou acabe por ser uma mistura sem direção alguma.
Para completar o pacote, o duo nos apresenta letras incisivas que vem para tratar de, em geral, problemáticas sociais. A exemplo, 'Take That' faz uma crítica forte ao capitalismo, as desigualdades geradas, a concentração de riquezas..., Bob Vylan cita personalidades britânicas na faixa, como Churchill, mas a música consegue gerar identificação a quem tem o mínimo de consciência de classe. Bom, não vou me concentrar em destrinchar todas as músicas, mas com o próprio nome do disco é possível capturar que ele se preocupa em trazer faixas complexas que dialoguem sobre problemas cotidianos de minorias sociais. Apesar de ser deveras interessante, senti um certo cansaço a partir da 12.ª faixa. O álbum é frenético do início ao fim e penso que, a quantidade de músicas para a complexidade que ele oferece, deveria ser melhor pensada; são muitas informações para digerir.
Entretanto, o álbum foi uma grande novidade. Havia adicionado ele em minha biblioteca por que estou decidido a explorar algumas vertentes do rock, gênero que gradativamente vem crescendo em minha experiência musical. Felizmente encontrei esse disco maravilhoso que combina uma sonoridade inovadora e inteligente com letras políticas. Sendo um conjunto tão completo, me vi levemente perdido de modo que não sabia o que acompanhar, a produção ou a parte lírica.
Destaques: Wicked & Bad; Take That; He Sold Guns; Pretty Songs; GDP.